Usina Campo Lindo: a um passo da falência?!?!
Os trabalhadores aguardam o desfecho desses processos turbulentos recheados de polêmicas, revoltas e muitas incertezas.
(Foto arquivo visitedores.com)
Desde o ano de 2013 a AgroIndustrialCampo Lindo vem sofrendo muitas críticas dos seus ex-trabalhadores por causa do descumprimento no pagamento das verbas trabalhistas.
Nesse período, a empresa passou por diversas administrações que marcaram o declínio da credibilidade da Usina Campo Lindo, principalmente na polêmica que envolveu da empresa ao Grupo GPB Investiments e, naquela ocasião, a DEOTAP – Departamento de Crimes contra a Ordem Tributária e a Administração Públicaconcluiu que houve crimes de estelionato, lavagem de dinheiro, falsidade ideológica e apropriação indébita.
Depois disso, conforme divulgamos na matéria USINA CAMPO LINDO VIRA CASO DE POLÍCIA (http://www.visitedores.com/noticias/1703/usina-campo-lindo-vira-caso-de-policia.html), o Ministério Público, mais uma vez solicitou o encaminhamento do caso para a DEOTAP por causa dos indícios de cometimento de crimes tipificados na Lei de Falência e Recuperação Judicial.
A partir de então, diversas polêmicas surgiram envolvendo mais uma vez o nome da empresa, que já vinha com a credibilidade intensamente abalada.
Na matériaUSINA CAMPO LINDO E O MAR DE POLÊMICAS (http://www.visitedores.com/noticias/1710/usina-campo-lindo-e-o-mar-de-polemicas.html) divulgada por nós, um dos advogados dos trabalhadores questionou o processo de Recuperação Judicial, pois, segundo sua tese, o processo não deveria tramitar na Comarca de Nossa Senhora das Dores, mas na mesma comarca de onde está se tratando do Inventário do falecido Carlos Vasconcelos, o fundador e dono da empresa, querido por muitos.
Por esse motivo, a Recuperação Judicial deveria ocorrer sobre todos os bens do espólio e não somente sobre a empresa, em apartado, pois quando alguém morre, até que se conclua o processo de inventário, todos os bens são indivisíveis.
Mas, para surpresa de todos, até o momento, a ação de Oposição (processo 201776000475) que visa tratar dessa matéria não foi apreciado desde março deste ano.
Recentemente a empresa entrou em recuperação judicial, com processo em andamento na Comarca de Nossa Senhora das Dores e o mesmo Advogado entrou um uma Correição contra o Juízo De Direito Da Comarca De Nossa Senhora Das Dores, em virtude do que comentamos acima (Processo 201700712301).
Além das polêmicas no meio jurídico e da falta de pagamento aos ex-funcionários, foi possível observar nos relatos do Juiz da Vara de Trabalho de Nossa Senhora da Glória que simplesmente o dinheiro da Safra 2016/2017 sumiu, (http://www.visitedores.com/noticias/1706/usina-campo-lindo-x-os-misterios-da-safra-20162017.html) e por esse motivo ninguém recebeu qualquer quantia, mesmo sendo prometida a regularização de todos os débitos.
Nessa mesma época, segundo informações de ex-funcionários, a empresa contratou o serviço de uma empresa terceirizada na Safra 2016/2017 e, conforme levantamento feito entre os funcionários desta empresa terceirizada, mais de 15 funcionários estão com 3 meses de salários atrasados.
Segundo eles, os salários estão atrasados em virtude da falta de repasse da Campo Lindo para a empresa terceirizada, conforme relato de um funcionário terceirizado, e, por causa disso, a empresa atrasou os pagamentos por 3 (três) meses.
Além de todas essas polêmicas quanto à falta de dinheiro para o pagamento de dívidas, muitos relatos vieram ao conhecimento do público que os membros da família sócia-proprietária da AgroIndustrial Campo Lindo planejam morar fora do país, sendo que um deles já se encontra morando na cidade de Orlando, no estado da Flórida, nos Estados Unidos da América.
Para alguns, isso demonstra que a empresa está se dirigindo para um caminho sem volta, com a forte suspeita de que após essa safra a empresa encerrará suas atividades definitivamente.
De fato, a empresa segue em dificuldades financeiras para o pagamento de verbas trabalhistas, mas demonstra que não economiza para gastar com escritório de advocacia, causando descontentamento em todos aqueles que esperam receber seu dinheiro um dia, pois chegou ao conhecimento deste site que um escritório de advocacia no primeiro semestre de 2017, superam o montante de R$ 250.000,00 (duzentos e cinquenta mil reais), média aproximada de 45 mil reais mensais.
Todas estas situações se somam ao montante que a empresa deve desembolsar para o pagamento do Administrador Judicial, nomeado pelo judiciário, pois o valor dos honorários é de R$ 15.000,00 (quinze mil reais) mensais, valor expresso na sentença do processo 201676001894, no dia 18/05/2017.
Enquanto tudo isso acontece, os trabalhadores aguardam o desfecho desses processos turbulentos recheado de polêmicas, revoltas e muitas incertezas.
Por, Delmanira Brito – Jornalista
Foto do arquivo visitedores.com